Dra. Ana Beatriz

Diagnósticos Diferenciais da DP

Parkinsonismo Medicamentoso:

É um tipo de parkinsonismo secundário causado pelo uso de medicamentos que afetam o sistema nervoso central. Como exemplo temos: Neurolépticos, antidepressivos, antieméticos entre outros. Esses medicamentos costumam agir bloqueando a ação da dopamina no cérebro levando a sintomas semelhantes da doença de Parkinson:

  • Tremor em repouso
  • Rigidez
  • Lentificação dos movimentos (bradicinesia)
  • Instabilidade postural

Este tipo de parkinsonismo pode ser reversível se a causa for interrompida (medicamento reduzido ou substituído) porém o tempo para reversão dos sintomas pode variar conforme o paciente e o medicamento em questão.

O diagnóstico é baseado na história clinica, medicações de uso prévio e atual, exame neurológico, e avaliação de resposta a medicação.

Seu tratamento é a interrupção da medicação responsável pelos sintomas, redução significativa em sua dosagem ou substituição do mesmo. Em casos extremos, terapia medicamentosa pode ser utilizada para controlar os sintomas enquanto se aguarda a recuperação do paciente.

Tremor essencial:

Paciente apresenta tremores mais evidente durante a ação e eventualmente durante a postura (porém também pode apresentar em repouso). Não apresenta outros sintomas da doença de Parkinson. Costuma ser genético com muitas pessoas de seu convívio familiar sendo atingidas.

Distonia:

Contração anormal e involuntária da musculatura resultando em movimentos e posturas anormais

Atrofia de múltiplos sistemas (AMS):

É uma doença neurodegenerativa rara e progressiva que afeta o sistema nervoso autônomo (funções corporais involuntárias: pressão arterial, temperatura, respiração) e motor.

Seus sintomas também variam conforme a área do cérebro mais afetada podendo incluir:

  • Descoordenação / ataxia
  • Rigidez
  • Tremores
  • Disfunções autonômicas (síncope / hipotensão ortostática, disfunção erétil, incontinencia urinária, constipação, sudorese excessiva)

O diagnóstico se baseia na história clínica, exame neurológico, exame de ressonância magnética além de testes autonômicos. Seu tratamento também é somente baseado no controle dos sintomas além de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, nutricionista e psicologia para melhorar a qualidade de vida do paciente.

Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP):

É também uma doença neurodegenerativa rara e progressiva caracterizada pela perda da função de células nervosas principalmente do mesencéfalo (tronco cerebral) e cerebelo.

Os sintomas mais comuns são:

  • Dificuldade de movimentação ocular (principalmente na vertical)
  • Rigidez muscular
  • Fraqueza
  • Descoordenação / ataxia
  • Desequilíbrio, com tendencia de queda
  • Dificuldade de fala e deglutição
  • Depressão / Alteração comportamental

Seu diagnóstico também é baseado na história clínica do paciente, exame neurológico e exames de imagem cerebral. Como é uma doença que não tem cura, seu tratamento é baseado no controle de seus sintomas com medicações e terapia multidisciplinar para melhora da qualidade de vida .

Demência por corpúsculos de Lewy (DCL):

É uma doença neurodegenerativa que afeta principalmente as funções cognitivas e motoras do paciente. Se deve ao depósito anormal de proteínas (corpúsculos de Lewy) no cérebro. É bastante parecida com a doença de Parkinson, porém os sintomas cognitivos estão presentes já ao diagnóstico ou em até 1 ano do aparecimento dos sintomas motores.

Sintomas:

  • Alteração cognitiva: dificuldade de linguagem, dificuldade de concentração, perda de memória
  • Alteração motora: tremor, rigidez, lentificação
  • Alucinações visuais / auditivas
  • Sono agitado / pesadelos / sonolência diurna
  • Alteração comportamental: apatia / depressão / ansiedade

Seu diagnóstico é baseado nos sintomas do paciente e na história clínica com ordem cronológica de aparecimento dos sintomas com necessidade de exclusão de outras doenças semelhantes. Não há cura para esta doença, porém alguns medicamentos ajudam a controlar seus sintomas, além da terapia multidisciplinar para melhorar a qualidade de vida do paciente.

Degeneração córtico-basal (DCB):

Outra doença rara e progressiva cerebral que afeta também as funções motoras e cognitivas, sendo caracterizada pela degeneração de células de áreas específicas do cérebro.
Os sintomas podem incluir:

  • Rigidez muscular e fraqueza: que pode atingir mais um lado do corpo
  • Dificuldade de movimento: lentos e descoordenados
  • Movimentos anormais de membros
  • Dificuldade em realizar tarefas simples: se vestir, se alimentar
  • Alteração cognitiva: memória, concentração, linguagem
  • Alteração comportamental: apatira / ansiedade / depressão / alteração da personalidade

Seu diagnóstico é baseado na história clínica e nos exames de imagem cerebral. Como também não existe cura para esta doença, seu tratamento é baseado apenas no controle dos sintomas com medicação e terapia multidisciplinar para melhorar a qualidade de vida do paciente.
A estimulação cerebral profunda (DBS) pode ser considerada em alguns casos para controle de sintomas motores.

Doença de Wilson:

É uma doença genética rara e progressiva que afeta principalmente o fígado e o sistema nervoso central devido ao acúmulo excessivo de cobre nos tecidos do corpo.
Seus sintomas podem incluir:

  • Problemas hepáticos: hepatite / cirrose / insuficiência hepática
  • Sintomas Neurológicos: Tremores / rigidez / descoordenação / desequilíbrio / alteração de fala / movimentos invioluntários
  • Alterações psiquiátricas: Ansiedade / depressão / Psicose
  • Alteração ocular: Anel de Kayser-Fleischer (depósitos de cobre na córnea) / problemas de visão.

Seu diagnóstico é baseado na história e em testes de laboratoriais de sangue e de urina além de exames de imagem como a ressonância magnética, porém ele somente é confirmado com teste genético.

O tratamento envolve medicações que evitam o acúmulo excessivo e cobre em tecidos e promove sua remoção dos mesmos. Em casos graves, pode ser necessário um transplante de fígado.
O tratamento pode ajudar a prevenir complicações graves (psiquiátricas e neurológicas) e a melhorar a qualidade de vida do paciente.

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